Galp Energia
PTGAL0AM0009Conselho
Risco
Metodologia - Ações
A metodologia da Proteste Investe baseia-se numa abordagem multifatorial que combina critérios de análise fundamentais e a cotação da ação. Quatro fatores analíticos (avaliação da ação, qualidade financeira da empresa, volatilidade da cotação e a tendência da cotação a curto/médio prazo) permitem aos nossos analistas financeiros apresentar um conselho.
Critérios de análise fundamental
A análise fundamental de uma empresa consiste
no estudo dos seus documentos contabilísticos
(demonstração de resultados,
balanço e fluxos de caixa), bem como da
conjuntura económica em que está
inserida (perspetivas de crescimento, estudo da
concorrência, entre outros).
Com base nesta análise fundamental da empresa,
os nossos analistas financeiros determinam a
avaliação da ação (cara,
correta, barata) bem como a sua qualidade financeira
(fraca, média, boa).
Fator Valor (Value)
A avaliação das ações de uma empresa baseia-se no estudo de vários rácios escolhidos de acordo com a sua natureza: companhia industrial, seguradora, banco, sociedade imobiliária e holding.
Rácio | Industrial | Banco | Seguradora | Soc. Imobiliária | Holding |
Cotação/Lucro | x | x | x | x | x |
Cotação/Valor contabilístico | x | x | x | x | |
Valor da empresa/EBITDA | x | ||||
Cotação/Valor contabilístico tangível | x | x | |||
Cotação/Valor Intrínseco | x | x |
Cada um destes rácios é calculado numa perspetiva histórica, mas também com base nas estimativas dos nossos analistas financeiros. A avaliação da ação é então determinada comparando, por um lado, os rácios atuais da ação com os seus níveis históricos, mas também em níveis transversais, ou seja, em relação aos rácios das empresas do mesmo sector de atividade, do mesmo país e uma amostra global de ações (com exceção do rácio Cotação/Valor intrínseco).
Fator Qualidade (Quality)
Tal como a avaliação da ação de uma empresa, a determinação da qualidade baseia-se na análise de vários critérios, normalmente rácios, escolhidos de acordo com a natureza da sociedade: industrial, seguradoras, banco, sociedade imobiliária e holding.
Industrial | Banco | Seguradora | Soc. Imobiliária | Holding | |
Lucro Bruto/Ativo total | x | ||||
Fluxo de Caixa Livre/Ativo total | x | ||||
Rentabilidade dos ativos (ROA) | x | x | x | ||
Rentabilidade dos capitais próprios (ROE) | x | x | x | x | |
Dívida/Capitais próprios | x | x | |||
Δ das ações em circulação | x | x | x | ||
Margem EBIT | x | x | |||
Estabilidade dos resultados | x | x | x | x | x |
Estabilidade dos dividendos | x | x | x | x | x |
Rácio de eficiência | x | x | |||
Rentabilidade dos capitais próprios tangíveis | x | ||||
Empréstimos Sem Fins Lucrativos/Total de Empréstimos | x | ||||
Capital ajustado pelo risco Tier 1 | x | ||||
Swap de incumprimento de crédito (CDS) | x | x | |||
Notação de crédito (rating) | x | x | |||
Rentabilidade dos ativos ponderados pelo risco | x | ||||
Rácio de solvência | x | ||||
Rácio de investimento | x | ||||
Relação combinada | x | ||||
Δ vendas (rental income) | x | ||||
Rácio de pagamento (payout) | x | ||||
Total de critérios | 9 | 9 | 10 | 6 | 6 |
Pode encontrar a definição destes critérios financeiros no léxico. Cada um dos critérios é comparado com um valor fixo mínimo ou com um benchmark criado a partir de uma amostra global de empresas. Quando a empresa superar o valor mínimo determinado ou benchmark, a empresa recebe um ponto nesse critério. Os pontos obtidos por uma empresa são adicionados, podendo obter uma pontuação máxima de 6, 9 ou 10 dependendo do tipo de empresa.
Por fim, para determinar se uma empresa deve ser considerada boa, fraca ou média qualidade, observamos, dentro do referencial a partir do qual uma empresa pertence, os valores a partir dos quais uma empresa fica no melhor e o pior terço da amostra. Comparamos então a pontuação obtida por cada empresa com estes dois valores. No melhor terço, a empresa é considerada de boa qualidade. No pior terço, a empresa é considerada de fraca qualidade e entre estes dois, a empresa é considerada de qualidade média.
Critérios de análise técnica
Além dos fatores fundamentais, que dependem exclusivamente da informação contabilística de uma empresa e das suas perspetivas, observamos também fatores relacionados com o histórico da evolução da cotação em bolsa, como a volatilidade e o momentum das ações.
Volatilidade
A volatilidade é a expressão do risco histórico de uma ação. Quanto mais volátil, mais arriscada. A literatura financeira demonstrou que, em média, as ações mais arriscadas não são as mais rentáveis para o acionista, muito pelo contrário. As cotações menos voláteis atingiriam, em média, um melhor desempenho do que as mais voláteis. Calculamos a volatilidade de uma ação observando o desvio padrão anualizado do logaritmo das variações mensais da cotação calculadas durante um período de 120 meses (10 anos).
Momentum
O efeito momentum pode ser definido como a tendência das cotações que registaram um bom (fraco) desempenho, ao longo dos últimos 3 a 12 meses, em conseguir registar um bom (fraco) desempenho nos próximos 3 a 12 meses.
Após 12 meses, há um efeito de regresso à média. Ou seja, as ações que tiveram um melhor desempenho (pior) terão menos (melhor) nos anos seguintes à observação do momentum. O momentum é, portanto, um efeito de curto prazo.
O momentum foi destacado pela primeira vez em 1993 e, desde então, amplamente documentado na literatura financeira em vários mercados financeiros.
Situações e riscos específicos
Por último, além dos vários critérios quantitativos referidos, os nossos analistas prestam especial atenção a várias situações que podem influenciar o conselho final de um ação.
- IPO recente. A literatura financeira tende a demonstrar que as ações das empresas recentemente cotadas na bolsa têm um desempenho inferior ao mercado a médio e longo prazo.
- Grande operação de fusão ou aquisição. Muitas empresas apostam em grandes operações para obter sinergias comerciais ou de custos. Na prática, as sinergias esperadas raramente estão a altura das expectativas ou, pelo menos, nem sempre face ao preço pago.
- Aumentos de capital. Um aumento de capital pode ser usado para financiar o desenvolvimento de uma empresa, mantendo um equilíbrio do rácio de dívida/capitais próprios. Também pode ser utilizado para financiar uma aquisição ou simplesmente recapitalizar uma empresa que estaria a passar por dificuldades, pelo que é um ponto de atenção para os analistas. Portanto, qualquer captação de fundos nos últimos anos deve ser cuidadosamente avaliada. As condições em que o aumento de capital é realizado (direitos de subscrição, etc.) são também elementos úteis para o estudo da empresa.
- Problemas legais. Os problemas jurídicos são muitas vezes uma causa óbvia de desvalorização de uma ação que pode ser tentadora de aproveitar. É certo que existe um princípio de presunção de inocência, mas a prudência requer que mantenhamos as nossas preferências fora desses casos.
- Participações do Estado. Os interesses dos vários acionistas de uma empresa são por vezes divergentes, o que é ainda mais verdade quando se trata de participação do Estado. Os administradores que representam um Estado são obrigados a tomar decisões mais ditadas por considerações políticas do que no interesse dos acionistas privados.
Aviso
O investidor deve sempre ter em mente que os
vários fatores que utilizamos na nossa
metodologia assentam na literatura financeira para a
constituição de uma carteira de
ações. Por conseguinte, não
há garantias, mas apenas uma elevada
probabilidade, de que estes fatores se apliquem no
quadro de uma ação individual.
Deve também estar consciente que, excetuando o
momentum, a maioria dos fatores utilizados
pela nossa metodologia mostraram a sua capacidade de
identificar as ações que oferecem
melhores perspetivas de rentabilidade durante longos
períodos. A natureza "preditiva" destes fatores
flutua, o que significa que cada um deles pode ter um
desempenho inferior em determinados períodos.